Alternativa Sustentavel

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O Brasil é exemplo em matéria de uso de recursos renováveis, fazendo inveja a muitos países desenvolvidos. Mais de 45% da energia disponível para consumo hoje no país vem de fontes renováveis.

A primeira boa notícia é que esse percentual está aumentando a cada ano e em breve deve superar o consumo nacional de combustíveis fósseis. A segunda boa notícia é que, ao ultrapassar as usinas hidrelétricas em 2007, a cana-de-açúcar tornou-se a segunda maior fonte primária de energia do Brasil, depois do petróleo. Para crescer, a cana-de-açúcar apresenta um processo de fotossíntese dos mais eficientes do reino vegetal. Isso quer dizer que ela é capaz de converter até 8% de energia solar em biomassa. A mesma fotossíntese transforma gás carbônico em carboidratos, retirando da atmosfera boa parte dos gases que provocam o efeito estufa. Comparado com a gasolina, o etanol de cana reduz em 89% as emissões de gás carbônico. Além disso, é praticamente isento de enxofre, diferentemente dos derivados de petróleo (gasolina e óleo diesel), cujas altas concentrações dessa substância produzem, no processo de combustão, os poluentes conhecidos como óxidos de enxofre. Outra importante vantagem do uso do etanol como combustível é que a emissão de compostos orgânicos tóxicos é significativamente menor. E, no caso de vazamentos ou derramamentos acidentais do produto, o impacto ambiental é muito menor do que com derivados de petróleo. Além disso, a maior parte dos produtores do setor sucroenergético está empenhada em reduzir impactos ambientais que a cana possa causar, resíduos utilizando racionalmente da fabricação do açúcar e etanol, como a vinhaça, a palha, o bagaço, a torta de filtro e a fuligem para fertilização da cana de açúcar, enriquecimento do solo e geração de energia elétrica.

Nada se Perde

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omo toda indústria, a da cana também produz os seus resíduos. Nos últimos anos, contudo, pesquisadores e produtores têm se empenhado em ampliar as possibilidades de transformação desses resíduos em produtos de valor comercial.

A vinhaça, por exemplo, pode ser altamente poluidora, mas em função de uma alta carga orgânica, nas lavouras, é um excelente fertilizante. Já o bagaço que sobra das moendas é reutilizado dentro da própria usina, como gerador de energia. O melaço, o mel do qual já não se pode mais extrair açúcar, pode ser utilizado como ração animal, suplemento alimentar para atletas e componente de outros produtos. Veja as principais aplicações dos resíduos da indústria canavieira, veja suas possíveis aplicações no quadro ao lado.